terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Quem não tem memória não pode ser culto".

Lembro-me de certa vez está num bar com uma amiga. Pra variar, estávamos conversando na companhia de uma querida cerva. Incrível como o alcool inibe meu ADH, ao contrário do que faz comigo; me solta no mundo. E nesses momentos, o Alter Ego que está inserido na minha primeira pessoa do singular, se aflora. Ele (é ele mesmo, não ela. Meu alter-ego é homem) aparece nessas ocasiões com muito bom grado. Ele é um crítico de arte muito foda, ou pelo ao menos pensa que é.
No começo daquela noite agitada, o que nos circundava (as palavras ao redor) faziam completamente sentido. Mas basta 1/8 de segundo pra fazer tudo mudar. E é neste momento que damos a volta no mundo com nossas conversas.
E no auge de nossa criticidade, meu Alter Ego surge para comentar um conto publicado em 1985, por uma jovem desconhecida. Sua escrita era culta demais pra meu compreender, ou para o dele. Já nem sabia mais quem era em alguns momentos, eu ou ele? ihh.. Enfim, continuando a comentar este fato, estava nós 3 a conversar. [Por favor, companheiros, compreendem a estória. O Alter Ego é um terceiro participante da conversa. Já que ele assume autonomia completa in some cases.] Voltando... as palavras pronunciadas por nós três tinham uma sintonia com o sentido lógico de algo em particular. E a conversa fluia de maneira perfeita.
Tudo começou a se embaralhar quando resolvemos ler o maldito conto. Tá aí um exemplo do sentido lógico em particular; aquele conto tinha uma lógico e linearidade totalmente particular da autora. Acho que isto mexeu muito comigo e com ele; nós. Eu, em particular, tomei uma posição crítica quando ao conto e o alter ego tomou outra. Minha querida amiga, já em posição crítica anteriormente àquela noite, naquele exato momento estava sem criticidade alguma.
Resolvemos, eu e Alter Ego comentar juntos e ao mesmo tempo a pequeno conto. O que foi demais para minha cabeça. Eu queria dizer uma palavra, ele outra. Confusão. Não sabia mais o que estava falando. De repente, a Mrs. Memória fugiu de mim e de nós. Já não lembrava mais o sentido lógico nem universal, muito menos particular das palavras. Não lembrava nem mais do conto, nem das últimas palavras ditas. "O que estou dizendo?!" Meu deus, não havia porra nenhuma mais naquelas palavras soltas.
Estava louca e sem razão. O que era ótimo.

Passado este episódio, o mais engraçado foi quando noutro dia sento para ler um conto do Ferreira Gullar. E comentando uma situação; ele termina o discurso com "quem não tem memória não pode ser culto". Realmente! HAHA, preciso explicar o por quê?